Listas, listas e mais listas

02/04/2010

Alta Fidelidade foi o segundo filme exibido pelo clube de cinema da UTFPR no ano passado (na ocasião, ainda com o nome Segunda tem cinema). Tão lembrados?

Por conta disso, resolvemos postar aqui no blog todas as listas (aqui, ó, e mais outros trechos realmente bons do “Alta Fidelidade de papel”) que o Rob faz no livro de Nick Hornby.

Daí que o assunto retorna por aqui porque um pessoal resolveu criar o Listal, um site só de listas. Abre parêntese – Ok, o site surgiu em 2005, mas só nos demos conta disso há pouco tempo – fecha parêntese. Vai me dizer que Alta Fidelidade não serviu de inspiração??

Tem lista de tudo quanto é coisa nesse lugar! E qualquer um pode criar a(s) sua(s) própria(s). Aliás, que listas o Terça tem cinema poderia criar, né? Top 5 melhores adaptações de livros para o cinema; top 5 melhores animações; top 5 melhores exibições do clube… Um dia, quem sabe, a gente faz algumas listas e coloca aqui também ;)


Espaço aberto: outro relato

29/06/2009

O blog Segunda tem cinema recebeu outra contribuição de uma frequentadora das exibições do Clube de Cinema da UTFPR, dentro da proposta do Espaço aberto (leia sobre aqui). Graciele Mello escreveu pro nosso blog fazendo um relato da exibição do filme Alta Fidelidade. Confira o texto!

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Alta fidelidade atrasado…antes tarde do que não escrever nada!

Eu não li o livro… também não havia assistido ao filme…Também perdi o início porque o pessoal é pontual mesmo…mas gostei bastante!

As listas citadas no filme lembram muito a minha adolescência regada a vídeo clipes na MTV, que contava como Top 10 e no sábado com o Top 20 da semana (e olhe que dediquei muito tempo da minha vida a isso).
O bacana é poder acompanhar a maioria da músicas com um larálará porque fizeram parte da nossa infância ou adolescência. Poder comparar a suas lista com as dos personagens é divertido mas acaba sendo covardia: eles entendem muito de música…rs
O outro lado – sério- da história nos coloca contra a parede, nos faz pensar “em crescer”, em parar de fazer listas dos 10 mais e tentar ser um dos 10 mais de alguma p* na vida! Essa parte é meio “pisar no calo” dos jovens que estavam a assistir de forma descontraída O Alta Fidelidade. Contudo é o que tira o filme da comédia no puro sentido americano (não tem crítica aqui,não…apenas uma observação de quem gosta de filmes mais pesados e tristes…rs).

E, claro que não dava prá faltar umas listas…kkkk

5 Bandas da época que assistia vídeo clipe no Top 10 ou 20 na MTV:
1)Alanis Morissete
2)Oasis
3)Nirvana
4)Hanson (podem acreditar, eu pequei)
5)Green Day

5 músicas do Michael Jackson (RIP) só porque tá na moda…rs
1)Thriler
2)Billie Jean
3)black or white
4)rock with you
5)Free Willy (porque é fofa…rs)

5 motivos para parar de escrever:
1)estou no trabalho
2)minha chefe já apareceu aqui
3)tenho que fazer ligações
4)tenho que encaminhar fitas
5)tenho que tomar café…rs


Ressaca!

27/05/2009

[o texto abaixo está no folder distribuído durante a apresentação de Alta Fidelidade, no dia 25/05/2009]

Estar de ressaca, em muitos sentidos, quer dizer que aproveitamos uma grande euforia por alguns instantes e, depois, temos que lidar com as consequências desses atos. Significa ter planos e adiá-los até o ponto em que sua não realização nos atinge como uma bala de canhão. Significa acreditar em seu próprio potencial, mas não realizar nada de verdade por medo de que a única coisa real seja sua própria fé nesse potencial.

Tanto o filme quanto o livro Alta Fidelidade (High Fidelity, de 2000, o filme, dirigido por Stephen Frears, o livro escrito por Nick Hornby) falam de chegar a um ponto da sua vida e não ter realizado nada de concreto. E isso gera uma imensa ressaca. Não por acaso o herói da história está, em geral, em casa reorganizando seus discos, na loja em que possui e passa o dia afugentando clientes com gosto musical ruim ou em um típico pub inglês.

Mas, afinal, acabar com a ressaca significa, necessariamente, amadurecer?

Muito da força da história está em não querer responder essa pergunta. Mesmo com algumas pequenas mudanças estruturais do livro para o filme, Rob (Gordon ou Fleming, a gosto do freguês) dá alguns passos tímidos em relação a assumir seu relacionamento, a expandir os negócios, mas, felizmente, não temos aqui aquele momento catártico típico das produções que vão direto para a Sessão da Tarde. Rob, pelo menos no que concerne a esse humilde jornalista, toma uma atitude em relação a sua vida não por ter colocado tudo em perspectiva e descoberto o quanto ele foi mal com as outras pessoas.

Ele dá tímidos passos a frente simplesmente porque está cansado de ouvir de seus pais, de sua [ex-] namorada e de seus amigos o quanto ele poderia ser e não é. Não existe iluminação nem nada do gênero. Só um homem que não entende muito bem em que errou no passado, se é que errou.

Alta Fidelidade (nome que funciona muito bem nas duas línguas) diz respeito tanto à loja e a coleção de discos (além, claro, da obsessão com música, que acaba permeando todo o filme), quanto de se manter fiel a si e a seus próprios sonhos. E isso, meus amigos, é muito mais real do que a maior parte das histórias que estamos acostumados a ouvir e ver.

[Texto escrito ao som do último ábum da banda Móveis Coloniais de Acaju, C_mpl_te, baixado legalmente no site da Trama Virtual]


É hoje!

25/05/2009

O Segunda tem cinema exibe hoje, às 18h30, no Miniauditório do Campus Curitiba da UTFPR o filme Alta Fidelidade. Apareçam!

Enquanto a sessão não começa, fiquem com algumas curiosidades sobre o longa (há spoilers!):

  • A loja de discos “Vintage Vynil”, mencionada pelos personagens durante o filme, realmente existe e se localiza em Evanston, cidade natal de John Cusack.
  • O homem que não sai da loja de Rob é Alan S. Johnson, vocalista da banda norte-americana Maple – cujo cartaz está pendurado em um dos estandes.
  • Na cena em que Rob conversa com Liz, depois do funeral do pai de Laura, uma bandeira da Dinamarca e fotos do país podem ser vistas na prateleira sobre o fogão, logo atrás dos atores. A referência foi feita para a atriz Iben Hjejle, que é de nacionalidade dinamarquesa.
  • Depois que Rob tem a visão de Bruce Springsteen, ele diz “Goodluck, goodbye” (boa sorte, adeus). Este é o último verso da canção Bobby Jean, de autoria do cantor.
  • Em várias cenas, Rob está vestindo camisas com a estampa “Wax Trax! Records”. O local onde funciona a loja de discos de Rob já funcionou como filial da loja Wax Trax! Records, em Chicago.
  • Na cena em que Laura e Rob ouvem os vizinhos do andar de cima fazendo sexo, Laura está lendo um livro intitulado “Love Thy Neighbor” (Ame o seu vizinho). Mais tarde no filme ela vai morar com mesmo vizinho que fazia barulho sobre sua cabeça.
  • A maioria dos adesivos e folhetos na frente da máquina registradora são de bandas de Chicago, ou que gravaram seus discos na cidade. Algumas delas são Urge Overkill, Falling Wallendas, Veruca Salt e Liz Phair. Estas bandas têm membros que já foram vistos passeando em Wicker Park (uma das locações do filme) e no bar The Rainbo Club, onde a cena do pedido de casamento foi rodada.
  • Barry diz que Rob está vestindo um “suéter Cosby” e imita a voz do comediante Bill Cosby enquanto fala. A atriz Lisa Bonet, que interpreta a cantora Marie DeSalle, estrelou no programa The Cosby Show, entre 1984 e 1992.
  • O CD de Marie DeSalle tem as seguintes músicas listadas em sua capa (repare que todas são hits da música pop):

1. Baby I Love Your Way
2. Eartha Kitt Times Two
3. Ghostbusters
4. Beat It
5. Baby Got Back
6. 911 is a Joke
7. I Will Survive
8. Mmm Bop
9. My Heart Will Go On
10. You Can`t Have It
11. The Time is Now

  • Rob diz que ele é uma pessoa instruída, que lê livros como “Love in the Time of Cholera” (Amor em tempos de cólera). Este livro tem um papel importante em outro filme estrelado por John Cusack, Serendipity.
  • O nome de Rob também pode ser dado como uma referência a Robert Gordeon, um cantor pouco conhecido nos anos 70, cujos discos, sem dúvida, poderiam ser encontrados na loja de Rob.

    (Do site Cinema em Cena)


Melancolia e música pop

24/05/2009

Uma questão:

Se ouve música pop porque se está infeliz? Ou se está infeliz porque se ouve música pop?

“Algumas das minhas canções favoritas: ‘Only Love Can Break Your Heart’, de Neil Young; ‘Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me’, dos Smiths; ‘Call Me’, com Aretha Franklin; ‘I Don’t Want To Talk About It’, com qualquer um. E há também ‘Love Hurts’ e ‘When Love Breaks Down’ e ‘How Can You Mend A Broken Heart’ e ‘The Speed Of The Sound Of The Loneliness’ e ‘She’s gone’ e ‘I Just Don’t Know What To Do With Myself’ e… algumas destas canções eu ouvi cerca de uma vez por semana, em média (trezentas vezes no primeiro mês, e de vez em quando depois disso), desde os dezesseis ou dezenove ou vinte e um anos de idade. Como é que isso pode não deixar você magoado de alguma forma? Como é que isso pode não transformá-lo no tipo de pessoa passível de se quebrar em pedacinhos quando seu primeiro amor dá todo errado? O que veio primeiro, a música ou a dor? Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a música? Esses discos todos transformam você numa pessoa melancólica?

As pessoas se preocupam com o fato de as crianças brincarem com armas e de os adolescentes assistirem a vídeos violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência. Ninguém se preocupa com o fato de as crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeição e dor e infelicidade e perda. As pessoas afetivamente mais infelizes que conheço são as que mais gostam de música pop; e não sei se foi a música pop que causou tal infelicidade, mas sei que elas vêm ouvindo as canções tristes há mais tempo do que vêm vivendo suas vidas infelizes.”

Trecho do livro Alta Fidelidade, de Nick Hornby