Alunos do curso de Técnico em Produção de Áudio e Vídeo, do Colégio Estadual do Paraná, participaram da edição do Terça Tem Cinema no último dia 27. Em cartaz – e em discussão – “Jogo de Cena”, de Eduardo Coutinho. De volta à sala de aula, os estudantes do 1º A do referido curso colocaram no papel suas impressões. Ei-las:
Quem está atuando?
Por @Sam_twin e @Sah_twin
O documentário “Jogo de Cena”, de Eduardo Coutinho, mostra vários dramas vividos pelos personagens. Histórias que se tornaram comuns, como perder um filho que reagiu a um assalto. Entre os personagens, seis atrizes contando os mesmos fatos ocorridos pelas entrevistadas, situação essa que nos deixa com dúvidas sobre quem está falando a verdade e quem está atuando.
A personagem que mais chamou atenção foi uma mulher que morou no exterior, que não vê sua filha há anos; ela se emocionou contando a história do filme “Procurando Nemo”, que pra ela é uma lição de vida. E no final do documentário ela ainda canta a canção “Se Essa Rua Fosse Minha”. (RISOS!)
Jogo de Cena. Ou de emoção?
Por Milena , Ragmam e Renan
Ter uma história. Era a única exigência que o filme fazia para mulheres dispostas a doarem sua história e serem entrevistadas por Eduardo Coutinho, que realizaria seu “Jogo de Cena”. Dentre as histórias escolhidas temos a interpretação, por quem a conta, e a reinterpretação, por atrizes. Aí está o jogo. No palco de um teatro vazio, com atrizes desconhecidas, ficamos em dúvida:
de quem realmente é a história?
Ao apresentar atrizes conhecidas, percebe-se a real intenção do documentário. Não é simplesmente se emocionar com diferentes histórias, mas, sim identificar-se com ela, seja real ou não! Coutinho conta cenas da vida de pessoas, joga com nossas emoções e, por fim, nos faz pensar: ao recontar nossas histórias, interpretamos personagens ou fazemos com que o público que as vê se identifique e se torne ele, o personagem principal?
Realidade encenada
Por Ana Rocha, Carlos e Michael Henrique
O documentário mistura realidade com ficção por meio de uma produção simples, porém bem estruturada. A partir de um anúncio de jornal o diretor seleciona histórias de mulheres e as expõe no filme.
Com depoimentos ora das protagonistas dessas histórias, ora interpretadas por atrizes, tem-se um jogo de cenas – uma seguida da outra -, que envolve e emociona. Relatos dramáticos da vida real, ali apresentados, chegam a confundir o que é real do que não passa de uma representação.
O filme faz com que o público que está assistindo comece a pensar e visualizar como as personagens enfrentaram e superaram barreiras. Superação essa seja através da religião, de apoio dos familiares ou se agarrando aos bons momentos do passado.
Até as atrizes convidadas para interpretar uma situação real encontram dificuldades ao se identificarem com suas histórias de vida. Por exemplo, a atriz Marília Pêra, que ao contar a história da mãe que não falava com a filha sentia a dificuldade de interpretar, pois se lembrava da própria filha. De uma forma ou outra, nos depoimentos verídicos ou nas interpretações, o documentário aproxima a ideia de que o real pode, a qualquer momento, ser questionado.
Sob a luz da câmera
Por Karina Silva e Hudyson Dias
O documentário retrata aspectos em que a realidade nem sempre é tão convincente. As cenas, intercaladas por mulheres que falam sobre seus sonhos, amores, medos e tragédias, tornam-se ingredientes básicos para que o autor construa um novo olhar sobre a percepção do ficcional e do real. Até que ponto a ficção se confunde com a realidade? É mais fácil dar vida ao fictício ou interpretar a realidade, que muitas vezes é tão cruel?
Num jogo de cenas e fatos, a realidade também pode ser mascarada ou manipulada, tudo depende da imagem que quer passar.
Numa conversa sob a luz do palco, atrizes de suas próprias histórias se expõem sob o olhar observador da lente humana. Coutinho, o entrevistador-diretor, extrai de suas “personagens” histórias marcantes, em que a única trilha sonora é a emoção.
Texto enviado pelo professor Wagner de Alcântara Aragão